7.3.07



Legado.

Plante uma árvore em meu nome.
Deixe que o carvalho rompa a semente. Deixe que a promessa se cumpra em suas folhas. Deixe que seus galhos apontem o céu, rendendo graças a um milagre sem nome.
Que o que eu fui será o vento que agita os galhos, a dança calma de silêncio e êxtase. Cortado o silêncio pelo barulho das folhas. Podado o êxtase pela presença do homem.
Deixe que a raiz se espalhe em meu nome, virando em força a terra que a prende. Que mais fundo se entranhe para beber do mundo, mas que a sede aplacada faça a planta crescer para mais longe.
Raízes aéreas.
Que a terra é o chão, mas só a folha se alimenta de luz.

2 comentários:

Lidiane disse...

Poesia pura.
Como sempre, Bito.

Beijos ao poeta.
:D

Anônimo disse...

"Dizem de borboletas e rosas nascerem de mãos únicas, que uma parte do cabelo se ajeita entrelaçada na outra parte à espera, fios aninhados como tranças de menina. Dizem da vida deles dois algo parecido. Peripécias e reviravoltas poéticas da vida, um mesmo jardim, borboletas e rosas. Ele preenchendo-se de si, ela esvaziando-se de nãos".