22.12.11

espirais





Espirais.

Gosto de músicas que têm muitos detalhes. Daquelas cheias de nuances, ricas em sons novos que duram apenas um instante. Daquelas que começam de um jeito e surpreendem no meio do caminho, unindo duas ou mais melodias. Gosto delas porque sei que, um dia, quando ouvir aquela música novamente, descobrirei algo novo sobre ela. E escutarei ainda mais atentamente.

De tempos em tempos, gosto de reler alguns livros. Voltei ao Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez, uns 15 anos depois de lê-lo pela primeira vez. 15 anos mais experiente, vi o texto se preencher com uma riqueza de detalhes, minúcias e pequenas coincidências que eu dificilmente teria percebido na pressa dos meus 17 anos. E passei a gostar do livro ainda mais, é maravilhoso.

Espirais são círculos aos quais foi dada a graça da evolução. Digo, tome o início de uma espiral e comece a percorrer sua linha com os dedos.  Você estará fazendo círculos que aumentam de tamanho a cada volta. É como uma consciência, que retorna a este mundo muitas e muitas vezes, cada vez maior. Aprendendo um novo som, atentando para um novo parágrafo da vida.

Nascer, crescer, adolescer, amadurecer, morrer e começar tudo de novo. Estamos sempre voltando à mesma altura, embora nunca sejamos os mesmos duas vezes. Se escutarmos atentamente, relendo nossas vidas, seremos mais a cada vez.

Boa leitura para você.


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