6.10.06




Sobre um vôo.


Amanheci pensando em dentes-de-leão.
Aquelas florzinhas que quase não se vêem de tão leves, que balançam, balançam no vento, até que se soltam, para onde a vida manda.
Semente, semear.
Que o vento não é mau, é só o beijo leve que faz a gente acordar.
Que nos faz largar do que sabemos e nos mostra a nossa verdadeira natureza sem peso, que nos leva longe, longe, para fazer o que viemos.
Semente, semear.
Que pessoas são brisas, que nos sopram para longe, enquanto nos agarramos firmemente aos galhos, pobres flores.
Que não notamos que o nosso destino é voar...

4 comentários:

Anônimo disse...

Meu Nino, você está brilhando esses dias. Tanto tanto crescimento e reflexão de uma vida inteira, de suas coisas maiores assim se tornando pequenas, cabendo exatas em tuas mãos.
Lindo, Nino, querido.
Lindo, meu dente-de-leão preferido.

Anônimo disse...

Queria ser leve.
Em *todos* os sentidos.
Queria ser um dente de leão. Mas queria ser um dente de leão vermelho.
Leve, mas cheio de força, sabe?

Anônimo disse...

Dormir no sofá????

Tá se escalando pras noites da minha vida, é?!
Hum...

São nestes, são nestes que quero teu abraço.

Maísa Picasso disse...

Você mudou o texto de apresentação do teu blog. E eu notei, Nino. E achei apropriado. Que você sempre me disse pés no chão e cabeça nas nuvens. E aprendemos juntos sobre Baba e ele nos fala de pássaros que precisam soltar os galhos pra voar. E tudo que insistimos é mesmo para ser.
E antes era de esforço que se falava e você sempre me dizia Ser feliz não é questão de esforço, Mai, exige dar-se conta. E um dia desses tua mãe me falava sobre você ser Brahmin, e ser Brahmin não exige esforço.
E agora vejo aqui teus dois pés plantados e tua alma sempre longe, secular, que escreve história, que aquece a gente só de se olhar, marca no abraço demorado que você gentilmente distribui com todos e eu acho lindo. Lindo minha mãe te pedindo abraço e tuas meninas fazendo fila pra ganhar também de choro nos olhos.
E agora você fala do que pra você vale.
Uma redescoberta. Como meu post Outono. Que a gente vai revisitando-se e mesmo, mesmo quando desfolha descobre Ainda há espaço.