28.9.06
Cheiro no chão.
Flores emborcadas no asfalto. Jasmins de pétalas abertas beijando o chão dos homens. O jasmineiro triste de chuva, fitando desolado seu tesouro conspurcado. Olhando para baixo, debruçado. Falido.
Quando a natureza derruba a si mesma é o quê?
Mas não é isso.
Eu penso na chuva abençoando a redenção. No jasmineiro perfumando o caminho dos carros, na suave reverência à cidade que os abraça. O respeito de uma troca, minhas flores pelo teu espaço. Que não há mendicância quando a gente doa.
Que todo gesto humilde também é de grandiosidade.
Pausa para sentir o perfume.
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2 comentários:
O jasmin que amadurece aos poucos
e parte rumo à vida.
O jasmineiro fitando a criação
e a partida do menino,
quase como se fosse pedaço de gente,
seiva bruta indo embora
com a relutância do pequeno.
Mas segue o jasmin perfumando-se
de asfalto, reconhecendo-se à vida.
O jasmineiro chora? Fita.
O jasmin segue. Vida.
Texto lindo, meu jasmin.
Acho que na hora de um poeminha sobre dente-de-leão, que achas?
Deixo a teu encargo.
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