
Cheiro no chão.
Flores emborcadas no asfalto. Jasmins de pétalas abertas beijando o chão dos homens. O jasmineiro triste de chuva, fitando desolado seu tesouro conspurcado. Olhando para baixo, debruçado. Falido.
Quando a natureza derruba a si mesma é o quê?
Mas não é isso.
Eu penso na chuva abençoando a redenção. No jasmineiro perfumando o caminho dos carros, na suave reverência à cidade que os abraça. O respeito de uma troca, minhas flores pelo teu espaço. Que não há mendicância quando a gente doa.
Que todo gesto humilde também é de grandiosidade.
Pausa para sentir o perfume.