Sob as águas.
Nadar é o meu mantra. A minha meditação.
Mergulho na piscina e o mundo desaparece. Os pensamentos
flutuam e são deixados para trás.
Cercado de água por todos os lados, eu sou uma ilha em
movimento. Sem âncora ou mastros, eu sou um navio sem leme, longe de estar à
deriva. Navego ao longo de minha própria alma, braços à proa e coração a
bombordo. Guio-me pelas estrelas.
Eu nado na superfície das ondas, mas chego ao fundo do que
sou. No calmo silêncio do espírito, todas as tempestades serenam. Tudo é
bonança. Eu sou uma caravela e o cordame afrouxa, nada se opõe à minha
vontade em movimento.
Uma braçada e outra braçada. Uma borda e outra borda.
Quando a vida flui, todos os meios são líquidos. E certos.
Eu sou o que me move, eu sou o meu próprio vento que enfuna
as velas e me leva à beira do que eu jamais fui. E também adiante – para minha
surpresa.
No abismo das águas, eu sou Deus, e descansarei apenas no
sétimo dia. Por enquanto é terça, e a criação de mim mesmo está apenas começando.
Eu sou ao mesmo tempo o Filho, meu batismo também é na água.
Eu estou no Paraíso, e o meu Céu também é azul.
Subo à tona, abençoado e sem fôlego.
Certo de que os evolucionistas
sempre tiveram razão:
minha vida também começa na água.
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4 comentários:
Deus do céu, que texto incrível, meu amor, minha vida. tão doce, tão amoroso, tão espiritual. ele é todo você, tudo que eu amo em você. tudo.
Muito lindo, Pablito! Saudades de você!
Mai,
você é a inspiração ininterrupta de todos os meus melhores momentos. Todos eles são para você, sempre.
Larinha,
Valeu por ter aparecido! Vê se aparece nos encontros de Suzé!
saudade, amor. imensa ♥
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